Como fazer a prancha do casco de um modelo de navio de proa afiada
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- Written by Gary Renshaw
Aprenda a fazer o casco de um modelo de navio de madeira com proa acentuada com este guia de construção abrangente da Modelers Central.
Casco com prancha - proa afiada
O casco é a maior parte de um modelo de navio. A construção correcta do casco determinará a forma e o aspeto finais do modelo. No seu kit encontrará uma série de folhas de contraplacado com as peças cortadas a laser. Utilize os planos e as instruções do kit para identificar e numerar cada peça nas placas de contraplacado com um lápis. Faça isto antes de retirar qualquer peça da folha de contraplacado.
Construção do casco
Para construir o casco, siga os passos seguintes.
Passo 1 – O kit contém uma folha de contraplacado de 4 mm de espessura, como mostra a fotografia 1 abaixo. Esta folha contém uma série de peças para o modelo. A quilha, as anteparas e a travessa são as peças necessárias para a construção do casco. Quando encaixadas e coladas, estas peças formam o esqueleto do casco. A quilha, as anteparas (BH) e a gola são identificadas na fotografia 1.
A quilha é a principal peça estrutural do navio. A linha de direção é longitudinal ao centro do modelo, desde o fuste (ou proa) – à frente – até à popa – a parte de trás – do modelo. A quilha é a peça central do modelo e tudo é construído a partir dela.
As anteparas são fixadas em ângulo reto em relação à quilha e conferem resistência ao casco. Ao longo deste curso, referir-nos-emos às anteparas como armações de anteparas.
A travessa é fixada perpendicularmente à quilha e situa-se na popa. A travessa não é uma antepara, mas faz parte da construção do casco.
Etapa 2 – Retirar a quilha, as estruturas das anteparas e a travessa da folha de contraplacado de 4 mm. Utilize um x-ato para cortar cuidadosamente as patilhas que prendem as peças à folha principal.
Etapa 3 – Encaixar a seco as armações das anteparas nas ranhuras da quilha. Nesta fase, não colar nada. Não forçar a estrutura da antepara na ranhura da quilha. Poderá ser necessário utilizar uma lima de agulha plana para abrir fraccionadamente a ranhura na estrutura da quilha e da antepara. O ajuste deve ser firme, mas não solto.
Pode ser necessário ajustar a profundidade da ranhura na quilha e/ou nas armações das anteparas para garantir que o bordo superior de cada armação das anteparas fique nivelado com o bordo superior da quilha. Nesta fase, não colar nada.
Passo 4 – Para modelos maiores, é aconselhável fazer uma base de trabalho, como mostra a Figura 1. Isto ajudará a garantir que a quilha não fica deformada. Cortar as ranhuras nos suportes da quilha para corresponder às armações das anteparas.
Etapa 5 – É muito importante garantir que as armações das anteparas estão montadas e fixadas corretamente na quilha. Utilize grampos “bull dog” colocados na quilha e contra a estrutura da antepara para manter a antepara alinhada com a quilha enquanto a cola assenta.
Passo 6 – O passo seguinte consiste em colocar eventuais blocos de proa e blocos de popa, se o modelo os tiver. Ambas as peças serão colocadas na folha de contraplacado de 4 mm.
Os blocos de proa são montados e colados de cada lado da quilha na proa e à frente da estrutura da primeira antepara – ver Foto 5. Estes blocos proporcionarão uma superfície maior para fixar as tábuas na proa.
Os blocos de popa são montados e colados de cada lado da quilha, na popa, entre a última armação das anteparas e a travessa – ver Foto 6. Estes blocos são utilizados para proporcionar uma superfície maior para fixar as pranchas na popa e dar mais força à zona da popa.
Passo 7 – O passo seguinte consiste em encaixar e fixar o convés falso no esqueleto do casco. O convés falso faz parte da folha de contraplacado de 2 mm.
A colocação do convés falso nesta fase confere uma maior resistência a toda a estrutura do casco.
Em alguns modelos, a plataforma falsa é montada mais tarde
Etapa 8 – Carenagem das armações das anteparas
Depois de todas as armações das anteparas terem sido alinhadas com a quilha e coladas no sítio e de a cola ter endurecido, é agora altura de preparar as armações das anteparas para o aplainamento.
Pegue numa das tábuas da primeira camada que vai ser utilizada e coloque-a sobre as estruturas das anteparas. Verá que, na proa, a prancha não toca na face completa da estrutura da antepara – ver Foto 9. O mesmo se passa na popa – ver fotografia 10. A prancha deve assentar nas estruturas das anteparas a meio do navio.
É muito importante que as tábuas fiquem planas em toda a face de cada estrutura das anteparas para, em primeiro lugar, permitir uma ligação forte entre as tábuas e as estruturas das anteparas e, em segundo lugar, para garantir que não haja saliências ou cavidades na superfície do casco quando forem aplainadas.
As ferramentas de que necessita para preparar as armações das anteparas para o aplainamento são uma boa lima – uma face plana e a outra metade redonda – e um bloco de lixar (bloco de madeira com uma lixa grossa colada).
Utilizá-las-á para chanfrar a face das estruturas das anteparas, de modo a garantir que as tábuas assentam em toda a face das estruturas das anteparas e não apenas numa aresta afiada na frente ou atrás.
À medida que avança, utilize uma tábua e coloque-a sobre as molduras em várias posições para verificar o bisel (ou seja, a tábua deve tocar em toda a face de cada moldura à medida que é dobrada à volta delas). Se houver um ponto oco numa (ou mais) armação(ões), este pode ser construído utilizando lascas de madeira coladas na borda da armação.
Todo o processo de biselamento e verificação é conhecido como “carenagem” e é extremamente importante para garantir que, quando aplainado, o casco esteja livre de saliências e cavidades. Não se apresse e resista à tentação de começar a aplainar antes de o casco estar satisfatoriamente “emparelhado”.
Nunca é demais sublinhar que o processo de carenagem é o passo mais importante na construção de um modelo de navio de que se possa orgulhar. Não tenha pressa neste processo.
Vamos agora considerar a modelação da área de madeira morta.
Etapa 9 – Zona de Deadwood
O próximo passo a considerar é a quilha na popa. Prestar especial atenção a esta área. A espessura total desta zona deve ser tal que, quando aplainada com todas as camadas de tábuas, tenha a mesma espessura na coluna de popa e no leme.
A zona de madeira morta é a zona compreendida entre o bordo inferior da quilha e o fundo das armações das anteparas na popa, designada por zona de madeira morta – ver fotografia 11.
Dependendo do tipo de navio que está a ser modelado, a zona de madeira morta pode ser pequena ou grande.
A zona de madeira morta será aplainada com duas camadas de aplainamento consistentes com o resto do casco.
No entanto, a coluna de popa e o leme só serão aplainados com a segunda camada de aplainamento. Assim, quando a coluna de popa e o leme são eventualmente montados, é necessário garantir uma espessura consistente entre a coluna de popa, o leme e a zona de popa da quilha.
Por exemplo, a quilha, a coluna de popa e o leme serão todos retirados da folha de contraplacado de 4 mm.
A coluna de popa e o leme serão aplainados com a segunda camada de tábuas – digamos, nogueira de 0,6 mm. No entanto, a quilha será aplainada com a primeira camada de tábuas – digamos 2 mm de espessura (de cada lado) e depois aplainada com a segunda camada de tábuas. É evidente que, quando a coluna de popa e o leme estiverem montados, haverá uma discrepância significativa entre a espessura da zona de popa da quilha e a da coluna de popa e do leme.
Para assegurar a coerência da espessura entre a coluna de popa, o leme e o casco nesta zona, é necessário garantir que, quando a primeira camada de tábuas for fixada, a espessura total não exceda a espessura da coluna de popa/coluna do leme.
Para o conseguir, terá de dar dois passos.
Passo 1. Antes de colocar a primeira camada de tábuas, reduzir a espessura da quilha na zona em cerca de 1 mm de cada lado – reduzir a espessura da quilha em cerca de metade.
Passo 2. Quando a primeira camada de tábuas tiver sido colocada, reduza a espessura desta tábua em cerca de 1 mm de cada lado, ajustando-a também de forma fraccionada para obter a espessura necessária.
Isto reduzirá a espessura total da quilha e da primeira camada de tábuas na área para 4 mm de espessura, satisfazendo assim o requisito de consistência de espessura, de modo a que, quando a segunda camada de tábuas for colocada, haja consistência de espessura entre a quilha e a coluna de popa e o leme.
Aplainamento do casco
Vamos agora concentrar-nos nos princípios de aplainamento do casco de um modelo de proa afiada. A abordagem será aplicável a todos os modelos de navios de madeira de proa afiada com uma estrutura de prancha sobre antepara. Há muitas abordagens para aplainar o casco de um modelo de navio de madeira. À medida que for progredindo na sua modelação, irá encontrar a abordagem mais adequada para o revestimento do casco.
O aplainamento do casco não é tecnicamente difícil, mas requer alguma reflexão e estudo para que os princípios sejam compreendidos. Também requer alguma paciência. Uma vez dominado, o processo é simples.
Há alguns pontos a ter em conta:
- Utilize uma mini plaina para afinar as tábuas.
- Afunilar sempre a extremidade inferior da prancha – ou seja, a extremidade que ficará mais próxima da quilha.
- Prepare duas tábuas juntas – uma para cada lado do casco. É muito importante colocar e colar as tábuas aos pares – uma de cada lado do casco, pois assim minimiza-se a possibilidade de a quilha ficar distorcida ou dobrada.
Planking - Primeiros princípios
No modelo que está a construir, dedique alguns momentos a uma fita métrica de costureira e meça desde o topo de cada estrutura das anteparas, à volta do exterior da estrutura, até à ponta da estrutura das anteparas, onde esta se encontra com a quilha. Verificará que as medidas à volta das armações das anteparas no meio ou “meio navio” do modelo são maiores do que as medidas à volta das armações das anteparas na proa (frente) do modelo.
Assumimos sempre que as armações das anteparas “a meio do navio” têm a maior distância e é nesta parte do modelo que as tábuas estarão na sua largura máxima.
A partir das suas medidas, é evidente que, se quiser colocar uma tábua ao longo de todo o comprimento do casco, terá de afunilar as tábuas que se encaixam nas armações das anteparas na proa do modelo.
Vamos agora aprofundar esta questão com alguns exemplos.
Estruturas de anteparas a meio do navio
Assume-se que as tábuas colocadas nas estruturas das anteparas a meio do navio têm a sua largura máxima. Temos de determinar quantas tábuas caberão na área entre o topo destas estruturas das anteparas e a quilha.
Como exemplo, digamos que a medida da parte superior da antepara do meio do navio, armações 4 e 5, até à quilha é de 120 mm.
Questão: Se a largura das tábuas que estamos a utilizar for de 5 mm, quantas tábuas caberão na estrutura da antepara da meia-nau para a cobrir completamente?
Resposta: Se a medida for 120 mm e a largura das tábuas a utilizar for 5 mm, então divida 120 mm por 5 mm, ou seja, 120/5 = serão necessárias 24 tábuas para caber na área. Estas tábuas colocadas ao longo das armações de meio-navio não serão afiladas ou reduzidas em largura ao longo destas armações das anteparas.
Molduras de anteparas dianteiras
Agora, digamos que a medida da parte superior da estrutura da antepara 2 até à quilha é de 80 mm. Como terão de caber 24 tábuas nesta área, a largura da tábua na estrutura da antepara 2 terá de ser reduzida. A questão é: qual terá de ser a largura de cada tábua para que caibam 24 tábuas nesta área?
Questão: Qual é a largura da tábua necessária no quadro 2 da antepara se tiverem de caber 24 tábuas na área?
Resposta: Se a medida é 80 mm, então divida 80 mm por 24 tábuas, ou seja, 80/24 = 3,33 mm. Assim, a largura da tábua na estrutura da antepara 2 tem de ser de 3,33 mm para garantir que cabem 24 tábuas nesta área.
A mesma abordagem pode ser aplicada para determinar a largura da prancha na estrutura da antepara 3.
Molduras das anteparas de popa
Recordar-se-á que a área entre o bordo inferior da quilha e o fundo das armações das anteparas na popa é conhecida como a área de madeira morta.
Ao efetuar as medições destas armações das anteparas de popa, inclua a “madeira morta” na sua medição.
Nestas armações das anteparas, a medida da parte superior da armação das anteparas até à parte inferior da quilha será maior do que nas armações das anteparas “a meio do navio”. Quando isso acontecer, serão inseridas pranchas triangulares curtas, conhecidas como “Stealers” ou “Wedges”, para cobrir a distância extra. A utilização de ladrões ou cunhas será tratada mais tarde.
Colocação da primeira e segunda tábuas
Vamos agora concentrar-nos na aplicação dos princípios do aplainamento do casco.
Primeira prancha
Determinar, a partir dos planos e/ou das instruções escritas do kit, a posição da(s) primeira(s) tábua(s). Na construção naval “real”, era habitual começar o aplainamento pela quilha e trabalhar para cima. No entanto, na construção de modelos de navios, normalmente começamos a primeira tábua numa de três posições:
1. Num navio com um convés superior “nivelado” ou direito, como o “Bounty” ou o “Port Jackson”, a primeira tábua é colocada com o bordo superior ao nível da superfície do convés. Em alguns casos, a primeira tábua terá a sua extremidade superior 5 a 10 mm abaixo do nível do convés. Este facto destina-se a facilitar a construção de baluartes numa fase posterior, mas, em qualquer caso, deve ser paralelo à linha do convés.
2. No caso dos modelos em que o convés “superior” ou “de tempo” se divide em duas ou três secções distintas, a níveis diferentes, a primeira prancha é normalmente colocada ao longo da linha do convés “intermédio” ou “principal” e segue depois o seu curso natural tanto a vante como a ré.
3. Muitos modelos com portas de armas abertas abaixo do convés exigem que a primeira prancha siga a linha das portas de armas e que fique imediatamente acima ou abaixo de uma fila de portas de armas.
Depois de determinar a localização da primeira tábua, terá de a dobrar à volta da curvatura do casco, tanto à frente como atrás. É muito provável que tenha de utilizar um dobrador de tábuas para obter a curvatura necessária.
Pegue numa das tábuas a utilizar e coloque-a em posição. Passe suavemente a prancha à volta da proa. No ponto em que a prancha começa a dobrar – marque-o como ponto A – Foto 15.
Em seguida, coloque suavemente a prancha à volta da popa. No ponto em que a prancha começa a dobrar, marque-o como ponto B-Foto 16.
Vamos ser muito sistemáticos na nossa preparação para a prancha.
Pegue noutra tábua e transfira estes dois pontos para ela. Em cada tábua, marcar uma seta a apontar para o arco. Além disso, marque cada tábua com “P” para bombordo (esquerda) e “S” para estibordo (direita). Faremos isto para todas as tábuas que prepararmos. Também faremos todas as tábuas em pares.
A primeira tábua não será cónica
A partir do ponto A, utilize um dobrador de tábuas para franzir suavemente a tábua em direção à proa – Foto 17. Teste de ajuste da prancha. Se necessário, volte a utilizar o dobrador de tábuas, engastando suavemente entre os engastes anteriores. Isto aumentará a curvatura da prancha. Repita este processo até ficar satisfeito com a curvatura da tábua.
A partir do ponto B, utilize um dobrador de tábuas para franzir suavemente a tábua em direção à popa – Foto 18. Teste de ajuste da prancha. Se necessário, volte a utilizar o dobrador de tábuas, mas faça uma cravação suave entre as cravações anteriores. Repita este processo até ficar satisfeito com a curvatura da tábua.
Agora que já moldou a primeira tábua, é altura de a colocar na posição correcta. Note-se novamente que a primeira tábua não será afunilada.
Utilize cola PVA para fixar a primeira tábua na posição – Foto 19. Certifique-se de que ambas as tábuas (esquerda e direita ou “bombordo” e “estibordo”) seguem a mesma linha e são uma imagem espelhada uma da outra. Nos modelos de grandes dimensões, as duas, três ou quatro primeiras tábuas montadas não são cónicas.
Para a Sereia, a primeira tábua é colada e colocada 4 mm abaixo do topo de cada estrutura das anteparas. Isto é feito para permitir a instalação posterior de uma borda de proteção.
É importante verificar se as primeiras tábuas são simétricas – verifique se são uma imagem espelhada uma da outra na proa e na popa – fotografias 20 e 21.
Modelos com buzinas de estrutura de anteparo
Alguns modelos têm estruturas de anteparas que se elevam acima do nível do convés. São as chamadas buzinas de anteparo. Se o seu modelo tiver chifres de armação das anteparas, terá primeiro de instalar o convés falso antes de começar a colocar as tábuas. A instalação do convés falso reforçará todo o casco.
Começará a aplainar o casco ao nível do convés ou próximo dele. No entanto, uma vez terminado o aplainamento do casco abaixo do convés, será necessário aplainar acima da linha do convés sobre os chifres. Terá de remover os chifres mais tarde para aplainar completamente o convés, pelo que é importante garantir que, ao aplainar sobre os chifres, as tábuas não estão coladas aos chifres. Para o efeito, é necessário colocar fita adesiva sobre os chifres. Além disso, ao colocar as tábuas nos chifres, certifique-se de que aplica cola na borda lateral das tábuas.
Quando todo o casco estiver completamente aplainado, utiliza-se uma serra de barbear, encostada ao convés falso, para remover os chifres. Pode então preparar o convés falso para a colocação de tábuas – este aspeto da construção de modelos de navios é abordado no capítulo sobre a colocação de tábuas no convés.
As fotografias 22 e 23 mostram um modelo com buzinas de anteparo.
Colocação da segunda tábua
A abordagem de revestimento do casco apresentada divide o casco em, pelo menos, duas zonas. Para modelos de grandes dimensões, a abordagem pode ser utilizada para dividir o casco em três ou mais bandas. Cada área da banda é aplainada separadamente.
Siga os passos abaixo para criar as duas faixas de prancha.
Passo 1: Nas armações das anteparas a meio do navio, marque uma posição aproximadamente a meio caminho da quilha a partir do bordo inferior da primeira tábua – a mesma distância para baixo em cada armação das anteparas a meio do navio e uma distância que seja múltipla da largura de uma tábua. Por exemplo, se as tábuas tiverem (digamos) 5 mm de largura, a distância entre a borda de cada armação e a sua marca de lápis deve ser (digamos) 45 mm ou 50 mm ou 55 mm, etc., mas a mesma distância em cada armação da antepara a meio do navio.
Etapa 2: Pegue numa segunda tábua e fixe-a temporariamente nas posições que acabou de marcar nas estruturas das anteparas a meio do navio – não cole esta tábua na posição. Repetir o processo para o outro lado do casco.
Etapa 3: Deixe esta prancha seguir o seu curso natural sobre as armações das anteparas até à proa e à popa das armações das anteparas a meio do navio.
Na popa, a prancha termina na junção entre a quilha e a travessa. Na proa, deixar a prancha seguir o seu curso natural.
Passo 4: Fixe temporariamente as tábuas ao resto das molduras, fazendo ajustes finos, se necessário, para garantir que cada tábua é uma imagem espelhada da outra.
A verificação das medições correspondentes (bombordo e estibordo) no primeiro e no último fotogramas deve revelar eventuais erros.
Estão agora colocadas quatro tábuas, duas de cada lado do casco – ver Figura 3 abaixo.
O casco foi agora dividido em duas bandas – uma banda superior e uma banda inferior. No próximo tópico, efectuaremos os cálculos para determinar a largura da prancha em cada estrutura de anteparo em cada faixa.
Primeira camada de tábuas
Vamos concentrar-nos na aplicação dos princípios do aplainamento para completar a primeira camada de aplainamento dentro das duas faixas criadas.
Banda A
Para o modelo que está a construir, estabeleça uma tabela como a que se segue, representando o número de estruturas das anteparas. Poderá também ser necessário incluir a travessa.
Para determinar a largura da prancha em cada estrutura das anteparas, utilize uma fita métrica para medir a distância entre a Prancha 1 e a Prancha 2 em cada estrutura das anteparas. Registe estas distâncias na sua tabela – veja a Tabela 1 abaixo, que é para a Sereia.
No caso do Mermaid, a distância entre a prancha 1 e a prancha 2 nas estruturas das anteparas a meio do navio é de 45 mm. A largura da tábua é de 5 mm. Por conseguinte, é necessário que haja 45/5 = 9 tábuas para se enquadrarem na gama A.
Utilizando as medidas feitas acima, divida cada uma por 9 (número de tábuas) para determinar a largura da tábua em cada estrutura da antepara. Registar no quadro 1 abaixo.
Pegue num par de tábuas e reduza-as à largura necessária em cada antepara utilizando uma mini plaina. Utilize um dobrador de pranchas para dobrar a extremidade da proa e da popa de cada prancha. Nota Os pontos A e B são os locais onde se deve começar a dobrar. Colocar e colar estas tábuas, começando pela parte de baixo da primeira tábua.
Uma regra geral é que as tábuas não devem ser afuniladas em mais de metade da sua largura. No entanto, pode haver alturas em que esta regra pode ser alargada a dois terços da largura da prancha.
Depois de colocar cada par de tábuas, verifique novamente as medidas para garantir a largura correcta da tábua. Ajustar conforme necessário. Repetir este processo até que a banda A esteja fechada em ambos os lados do casco – Foto 24. Quando a Banda A estiver fechada, retire as tábuas temporárias.
Banda B
O passo seguinte é colocar a tábua de madeira no lugar. A prancha de prancha é a prancha que é colocada ao longo do lado da quilha. Não é cónico. No entanto, terá de ser moldado na proa para acompanhar a sua curvatura. Colocar outra tábua ao lado da tábua de madeira e moldá-la também.
Colocar uma terceira tábua ao lado da segunda tábua acabada de encaixar. Na popa, deixar que esta prancha siga a sua curvatura natural sobre a zona de madeira morta. Verá que aparecerá um espaço entre esta tábua e a segunda tábua colocada. Mais tarde, será utilizada uma cunha para preencher este espaço – Foto 25.
Para preencher o espaço remanescente, elabore novamente uma tabela, como se mostra abaixo, para a Banda B. Repita o processo de tomada de medidas em cada estrutura da antepara e registe na tabela.
Nas armações a meio da nave, determine quantas tábuas serão necessárias para cobrir a área. Utilizando as medidas efectuadas acima, divida cada uma pelo número de tábuas calculado para determinar a largura da tábua em cada estrutura da antepara. Registar no quadro 2 abaixo.
Lembre-se, depois de colocar cada par de tábuas, verifique novamente as medidas para garantir a largura correcta da tábua. Ajustar conforme necessário. Repita este processo até a Banda B estar fechada em ambos os lados do casco.
À medida que vai fechando o espaço, a última tábua de cada lado terá possivelmente de ser moldada e fraccionada para encaixar no espaço restante. De seguida, é necessário colocar os estribos ou cunhas para preencher os espaços na área de madeira morta da popa. Depois de a cola ter assentado, apare qualquer saliência das tábuas. Utilize massa de enchimento para madeira para preencher quaisquer cavidades no casco e lixe quaisquer saliências, se necessário. Lixe o casco acabado com uma lixa de grão médio e fino. A primeira camada de tábuas está agora concluída.
Baluartes
Antes de avançar para a segunda camada de revestimento, é necessário verificar se o seu modelo tem algum contraplacado que precise de ser montado no casco. Isto pode ser um baluarte. O baluarte é uma estrutura de madeira colocada à volta do navio acima do convés. Num modelo de kit é utilizado contraplacado, que depois é aplainado.
Segunda camada de tábuas
Vamos agora concentrar-nos em completar a segunda camada de tábuas. O processo de completar a segunda camada de tábuas é essencialmente o mesmo que para a primeira camada de tábuas, mas com a vantagem adicional de ter uma base sólida sobre a qual trabalhar.
A segunda camada de tábuas é uma madeira decorativa, como a nogueira, a Tanganica, a teca ou o mogno. A espessura varia em função do tipo de modelo que está a construir. Normalmente, a segunda camada de tábuas tem uma espessura de 0,5 mm, 0,6 mm ou 1 mm. A largura será normalmente de 5 mm ou 6 mm.
Pranchas superiores
As primeiras tábuas da segunda camada a serem colocadas estão sobre o baluarte. Estas tábuas não serão cónicas. Para a Sereia, as primeiras quatro tábuas são coladas na posição correcta. Como as tábuas são um folheado, utilize uma cola de contacto. Ver fotografia 28.
Banda A
Utilizando a mesma abordagem que para a primeira camada de tábuas, determinar a Banda A e calcular a largura da tábua conforme necessário. Ver fotografia 29.
Banda B
Uma vez terminado o aplainamento da Banda A, coloque as tábuas do tabuleiro e mais duas tábuas por cima. Ver fotografia 30
Faça medições contínuas à medida que avança para diminuir a distância entre as bandas. Ver fotografia 31
8.3 Acabamento do casco Depois de ter fechado a segunda camada de tábuas, coloque quaisquer ladrões ou cunhas na área de madeira morta.
Lixar o casco e terminar com um verniz transparente mate ou acetinado.
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